Inovação Radical: 5 Produtos que mudaram a história
- Alium
- 10 de jul. de 2024
- 6 min de leitura
Atualizado: 14 de jul. de 2024
A história dos últimos 100 anos é marcada por uma enormidade de invenções. Algumas dessas invenções se transformaram naquilo que chamamos de inovação radical. Nesse tipo de inovação, há o que o economista austríaco Joseph Schumpeter chamava de destruição criativa, onde um mercado é totalmente alterado devido a criação de um novo produto ou serviço. Essas alterações, segundo ele, são descontroladas e causam um desequilíbrio caótico no mercado, com entrada de novos competidores, saída de competidores tradicionais, extinção de empregos e também a criação de novos empregos. Porém, ele defende que mesmo esses ciclos sendo caóticos normalmente essas inovações levam a uma evolução no padrão de vida das pessoas.
Nesse artigo, destacamos 5 produtos oriundos de inovações radicais que mudaram o curso da nossa história. No final, vamos destacar o aprendizado que podemos tirar de cada uma dessas inovações, para que possamos saber como encará-las caso elas ocorram novamente.
1 - Ford Modelo T
Muitos associam a invenção do carro ao homem que os popularizou - Henry Ford. Mas a verdade é que assim como outros casos dessa lista, sua invenção é cercada de polêmicas. Alguns atribuem essa invenção aos irmão Duryea, outros atribuem a Karl Benz.
Mas independentemente de quem foi o inventor, quem fez do carro um produto altamente comercial foi Henry Ford. Até então, as pessoas em sua maioria se locomoviam por meio de charretes. Quando Ford criou em 1908 o seu famoso Modelo T, e ainda trouxe ao mundo o conceito da linha de montagem, processo que se tornou responsável pela produção em massa, ele acabou criando uma combinação poderosa que mudaria nossas vidas para sempre.

O Modelo T e a linha de montagem trouxeram diversas evoluções para a humanidade. Foi graças a produção em massa que os produtos começaram a ficar mais baratos, fazendo assim com que os trabalhadores começassem a ter acesso a produtos que eles não tinham antes, como o carro. Foi aí que surgiu o que conhecemos hoje como classe média.
Além disso, o Modelo T foi responsável por fazer com que as pessoas pudessem se locomover para vários outros lugares de uma forma que jamais a humanidade havia feito. Isso levou a construção de novas estradas, pontes e até cidades.
Em outras palavras, o mercado de transporte como era conhecido no início do século XX simplesmente desapareceu após o lançamento do Modelo T. E isso é uma característica clássica de uma inovação radical.
2 - Lâmpada incandescente
A invenção da eletricidade é atribuída a Benjamin Franklin em 1752 quando, por um acaso, ele empinou uma pipa de papel usando um fio de metal. Mas a eletricidade ganhou força mesmo quando Thomas Edison criou a lâmpada incandescente em 1878.

Podemos dizer que foi a partir daí que a humanidade praticamente saiu da penumbra, visto que esse produto levou ao desenvolvimento das correntes contínuas e alternadas e passou a iluminar as cidades. Essa iluminação foi estendida para a industria dando um impulsionamento gigante a mais uma onda da Revolução Industrial.
A criação da lâmpada incandescente é considerada uma inovação radical, já que antes dela as cidades eram iluminadas com lampiões movidos a óleo de baleia. E esse mercado simplesmente desapareceu com a invenção da lâmpada, caracterizando assim o acontecimento desse tipo de inovação.
Além disso, nunca é demais lembrar que essa invenção de Edison levou a criação de uma empresa gigante - a General Electric. Hoje, é inimaginável pensarmos em um mundo onde a lâmpada não desempenha um papel essencial nas nossas vidas.
3 - iPhone
O telefone foi sem dúvida nenhuma uma das grandes invenções da nossa história. Mas o iPhone foi um pouco além disso. Com ele, não mudamos apenas a forma como nos comunicamos, mas a forma como nos comportamos.

Steve Jobs apresentou o iPhone ao mundo em 2007. Segundo ele, a ideia do iPhone era fazer um dispositivo 3 em 1, sendo um iPod, um telefone e um navegador de intenet. Mas a verdade é que o iPhone fez muito mais do que isso.
O iPhone criou a categoria dos smartphones. E esses dispositivos passaram a ser uma extensão do nosso corpo. Por isso, não é raro ouvir alguém dizer que "minha vida está toda no meu telefone". Isso foi o que o iPhone criou - uma nova forma de se comportar.
A força do iPhone foi tão avassaladora, que empresas que eram consideradas inovadoras acabaram ficando obsoletas da noite para o dia, como foram os casos da Nokia e da Blackberry. Mesmo tendo criado e potencializado várias outras industrias, como a de entretenimento, informação, educação, o iPhone, como toda inovação radical, deixou várias vítimas. A industria de telefones foi uma delas. Mas outras industrias também entraram nessa lista de vítimas, como vamos ver a seguir.
4 - Câmera Digital
Uma das funcionalidades do iPhone que o fez tão especial foi a existência de uma câmera digital. Mas a história da criação desse produto não para por aí.

A primeira câmera digital foi produzida pelo engenheiro Steve Sasson da Kodak. Na época, a posição de mercado da Kodak era dominante, com um histórico quase secular atuando na industria fotográfica. O mais irônico dessa história é que a Kodak não levou a sério a sua invenção, por medo de que ela pudesse canibalizar o seu negócio principal de venda de câmeras analógicas e filmes.
Diferentemente da Kodak, a Fuji percebeu que o mercado de câmeras analógicas não iria durar. Nos anos de 1990 a revolução finalmente chegou. E a industria fotográfica foi aos poucos sendo completamente destruída, com as pessoas não tendo mais nenhum interesse em revelar as suas fotos como faziam antes.
Nesse ínterim, o irônico de toda a história, foi que a Kodak, inventora da câmera digital, ficou pelo caminho, deixando que empresas como a Fuji dominassem esse mercado. Em 2012 a empresa pediu falência depois de mais de 100 anos de existência.
Só que nessa história ainda há uma outra curiosidade. Da mesma forma que as câmeras digitais destruíram a industria das câmeras analógicas, o lançamento do iPhone quase destruiu o mercado das câmeras digitais. Esse mercado teve que se adaptar para continuar vivo. E hoje ele é um mercado muito mais voltado para especialistas e aficionados do que para o mercado de massa como era no início.
5 - Interface Gráfica
E se você acha que a influência de Steve Jobs nas inovações radicais acabaram, você está enganado. A Interface Gráfica também contou com sua participação.

A Interface Gráfica foi inventada pelo Xerox PARC nos anos de 1970. Até então, os computadores eram máquinas complexas de serem utilizadas, visto que sua operação era feita por linhas de código. Mas tudo mudou em 1979 quando Steve Jobs visitou a Xerox PARC como um acordo que a Apple tinha com a Xerox para compra de suas ações.
Em entrevista, Jobs afirma que nessa visita os pesquisadores da Xerox PARC mostraram várias outras tecnologias para ele, mas ele só conseguiu prestar atenção em uma: a Interface Gráfica.
Steve Jobs saiu convicto daquela visita que a Inteface Gráfica seria o futuro. Anos mais tarde, enquanto o Alto, computador da Xerox PARC com interface gráfica foi um fracasso, o Macintosh foi um sucesso e fez a Apple decolar. A partir dali, como Steve Jobs havia imaginado, o mundo jamais seria o mesmo.
Já na década de 1980, os computadores pessoais começaram a se popularizar. Aquele aparato extremamente complexo de se usar se tornou algo bem mais amigável e passou a fazer parte das nossas vidas. A industria mais afetada pelos computadores com interface gráfica foi a industria das máquinas de escrever. Para se ter uma ideia, até aquela época, ter um curso de datilografia era uma habilidade fundamental para qualquer empresa. Depois da popularização do computador com interface gráfica, isso simplesmente desapareceu.
Concluindo...
Os exemplos de inovação radical citados nesse artigo devem nos trazer algumas lições. A primeira é que nem sempre quem inventa o produto acaba sendo a empresa dominante de mercado. Ou seja, vemos uma clara distinção aqui entre invenção e inovação. Isso nos leva a segunda reflexão. Para que alguma invenção se torne inovação, ela precisa gerar valor para as pessoas. Foi isso que Steve Jobs, Thomas Edison e Henry Ford enxergaram e empresas gigantes como a Xerox e a Kodak não conseguiram enxergar.
Só que para fazer as pessoas enxergarem valor nos seus produtos não é algo trivial. É por isso convidamos você a conhecer o nosso curso A Arte de Evangelizar da Apple. Nesse curso, além de você aprender a como fazer com que uma inovação chegue até as pessoas para que elas enxergarem valor naquilo, você também irá aprender a como tornar esses clientes embaixadores da sua marca.
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